O pior é que eu não deixei de existir. Nas penumbras das cidades, eu continuei tontamente o plano divino da minha existência. Tive as minhas emoções sabáticas, digamos assim, enquanto permanecia a mesma criatura da rotina dominical. Fui a alguns lugares, vi algumas paisagens e venci alguns lhurgoyfs que me atacaram. Mas, basicamente, continuei onde eu já estava. Sobre o que eu vi, não posso dizer que tenha adiantado muito a minha evolução como ser humano, pois, embora não tenha sido pouco, a justa asserção é a de que eu continuei um perfeito míope. E sobre os lhgurgoyfs, bom, todo mundo sabe que um lhurgoyf não irá para o cemitério sem antes lhe arrancar alguns preciosos pontos.
De modo que muita coisa fiz e nada realizei.
Nesses meses, é claro, este blog terá perdido alguns posts sobre as inutilidades que aqui se acumulam. Alguns livros e filmes, algumas músicas e verdades universais, que ordinariamente teriam sido compendiados aqui, ficarão de fora da lista. O sujeito da enciclopédia britânica, no entanto, me ligou e disse que esse pequeno intervalo na minha produção blogueira aconteceu na medida certa: nem irá aguçar a curiosidade dos estudiosos quanto ao quê terá se passado na minha vida pessoal durante a minha fase silenciosa, nem irá prejudicar a qualidade geral, a extensão e amplitude do espectro de assuntos tratados no verbete. Uma conjuntura, afinal, de win-win ou, como diriam os antigos, de bem sucedido hedge.
Posso fazer muitas promessas, com tranquilidade. Ou bem elas serão totalmente vazias, ou bem elas serão devidamente esvaziadas. Em qualquer dos casos, eu juro que eu irei me penitenciar mentalmente se eu deixar passar mais do que duas semanas sem colocar nada novo aqui.
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