sexta-feira, 18 de julho de 2008

Não tenho motivo para escrever isto

Hoje uma lampadazinha se acendeu sobre a minha cabeça e irradiou sua luz pela sala, ou então uma versão minha se desprendeu do meu corpo e saiu gritando “eureka” pelas ruas, no que eu descobria uma grande coincidência. Como um cientista estudioso que aprendesse subitamente alguma verdade enigmática, em todo caso, foi como eu me senti. Mas fiquei feliz menos pelo conteúdo do achado do que por ter adquirido, afinal, mais uma coisa com a qual poderei ocupar meus pensamentos nas horas de distração, se é que isso faz algum sentido. Eu já conhecia, é verdade, algumas vagas passagens da história completa, mas só hoje certos detalhes que me permitiram relacioná-la comigo vieram ao meu conhecimento.

Eu tinha me esquecido de pensar no assunto – por onde se vê, aliás, que não é nada que não seja uma perfeita trivialidade. Voltei a dar alguma atenção ao caso justamente numa conversa da qual eu jamais poderia esperar qualquer informação relevante, quando sem mais um sujeito contou um pouco sobre o outro sujeito que é o objeto da minha coincidência. E por contar entenda-se isto: ele mencionou brevemente a história desse sujeito, intercalando-a dentro de uma outra história maior que ele estava narrando, e olhou na minha direção porque conhecia mais ou menos as circunstâncias que nos unem – eu e este outro sujeito. Eu pensei em intervir na conversa para apontar que a coisa talvez fosse não apenas uma coincidência, mas uma grande coincidência; acabei não fazendo isso porque não éramos os únicos na sala e o terceiro presente já ia inaugurando um novo tópico de conversação.

Foi melhor que eu não tenha falado o que eu tinha em mente. Foi melhor para os propósitos da causa que eu iria defender. Naquele momento eu ainda não conhecia inteiramente os fatos que agora me fazem afirmar que a coincidência entre mim e este tal sujeito não é apenas grande, ela é impressionante e notável. Afirmo isso pensando unicamente em termos de coincidência: de acontecer um evento sob certos aspectos idêntico com duas pessoas que guardam semelhança em relação a certa característica, sendo que tal evento, ao que se tem notícia, nunca aconteceu com as outras pessoas que têm aquela mesma característica. Como eu não vou mesmo dizer do que diabos eu estou falando, não preciso dizer que eu não considero o tal evento aquilo que se chame de impressionante e notável, nem de preclaras e ilustríssimas eu chamaria as pessoas a quem ele tenha ocorrido; só registro que ele é de alguma forma peculiar e que, ao que se tem notícia, não aconteceu com outras pessoas do grupo ao qual eu e o tal sujeito pertencemos. São dois grupos, para ser mais preciso. Um de origem e outro de destino, os dois relativamente com poucos membros.

Mas este post não tem sentido. E no momento em que eu escrevi “origem e destino”, posso jurar que eu ouvi algo parecido com uma pessoa pegando uma vitrola, deixando tocar por um tempo uma musiquinha, daí começando a narrar um trailer, daí interrompendo a musiquinha, daí , em algum ponto, dizendo “but he’s about to find out...” com a voz mais engraçada do mundo, o que vem a ser quase o que aparece neste vídeo. Aos interessados em saber exatamente como eu ouvi a voz basta assistir ao episódio final da décima temporada.


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