segunda-feira, 29 de junho de 2009

I don't know if this is premature of me to say...

... but I think it’s time we ask ourselves what the hell Celine meant when she wrote that song saying that she had heard rumors about Jesse, about the bad things he did. What did she have in mind when she said that? Let us just remember that she was the one who didn’t show up at the train station. Could those rumors be the ones she read at the newspaper, about Jesse having a wife and a kid? I don't think so. Those were not rumors, let alone bad rumors. I have thought about this and my one theory is that what she was kidding about, when Jesse asked her if she dropped any name of a guy in middle of the song, my theory is that that was true. She did sing that song for any guy who would come up to her place. "Island of rain” is another piece of the lyrics which remains to be explained. And don’t give me that “island of rain” means Manhattan. For although it is true that Jesse moved to New York, it is also true that Celine had no idea about that. As far as she knew, he was still somewhere in Texas, okay? So don’t give me that “island of rain” means Manhattan. It doesn’t.

Gegen die Wand - Fatih Akin

Este é mais um daqueles filmes em que dois alemães de ascendência turca se conhecem numa clínica para suicidas e se casam para que a guria consiga sair da casa dos pais e frequentar boates sem que ninguém fique torrando a sua paciência. É daqueles típicos filmes em que o sujeito que antes estava tranquilo com o fato de que a sua esposa não era fiel, depois fica enciumado e, numa discussão de bar, mata um indivíduo com um golpe e vai para a cadeia. De nenhum filme com essa história eu já gostei. Todos me pareceram prejudicados por aquele mesmo excesso de alemães de ascendência turca se conhecendo numa clínica para suicidas e tal.

Mas eu gostei deste aqui -- distúrbio na minha personalidade que isto aqui está causando, eu suponho.

Falstaff - Orson Welles

Tão em dúvida eu fiquei quanto ao título deste filme, que em cada lugar do mundo ficou conhecido por um nome, que eu acabei colocando um título que eu acho que não foi oficialmente adotado em lugar algum. Pelo que eu pude ver, sempre tinha um daqueles complementos de títulos que se inventam quando o título original é só o nome do personagem. E quando esse não era o caso -- até por o título original não ser o nome do personagem! --, alguma coisa completamente fora do previsível era escolhida como título, de modo que eu deixarei ficar o Falstaff, que não é mau título.

No que eu vou insistir é na forma, na deficiência crônica da forma como a principal cena de guerra medieval foi mostrada. O combate era entre os exércitos do Príncipe Hal e os do Henry Percy. Alguns milhares de soldados tendo sido posicionados em campo aberto, a visão que se tem é a de dois enormes blocos humanos colidindo de maneira não amistosa. Orson Welles, mostrando essa batalha, seguiu os preceitos da escola que eu chamarei clássica -- a escola que pensa que o melhor jeito de gravar essa cena é mostrando vários momentos da batalha de maneira rápida. Com a cavalaria, por exemplo, sendo mostrada avançando por alguns segundos, seguida da artilharia, da infantaria, dos arqueiros. No máximo dois ou três golpes são mostrados daqueles poucos soldados escolhidos entre a multidão. Acho que a ideia é mostrar que a batalha é dinâmica ao mesmo tempo em que ela é avassaladora, tudo isso chocando o menos possível com detalhes de sanguinolência.

Eu estou cansado da escola clássica. Não consigo pensar num único filme de guerra medieval que não tenha seguido a escola clássica. It's all full well for a while com a escola clássica, mas chega uma hora em que você quer ver alguma coisa diferente. O que eu proponho é um sistema mais individualizado de filmagem. Eu não quero ver 17 vezes, 17 soldados darem 17 espadas únicas em 17 adversários e eu não quero escutar 17 gritos de dor antecedendo 17 mortes instantâneas. Eu quero ver, adaptada ao combate medieval na sua totalidade, a cena que a escola clássica reserva apenas para a briga dos chefões de cada exército. Só que sem aquela palhaçada de 17 tentativas de acertar o adversário pela direita, depois 17 tentativas de acertar o adversário pela esquerda. Eu ficaria satisfeito se eu visse o quê, dois ou três soldados rasos brigando realmente até que um deles morresse. Estou falando do vencedor perfurando repetidamente o tórax do derrotado, o sangue esvaindo do seu corpo em pequenas ondas e pedaços das estranhas ficando na ponta da espada. Sabem aqueles sujeitos que recebem uma única flechada no peito e já caem cadáveres? Eu quero ver esses sujeitos sendo trespassados por uma flecha no pescoço e agonizando por uns 40 segundos, até que um soldado inimigo passe e lhes esmaguem o crânio com uma bota.

domingo, 28 de junho de 2009

Cowboy Bebop


Mais uma lembrança japonesa que eu vou guardar numa seção especial do meu cérebro onde eu acumulo todo material que eu já recebi -- isso para acessá-lo de vez em quando como se fosse parte da recordação carinhosa de uma única tarde na qual o maior volume desse material foi introjetado na minha percepção de uma só vez.

***

Eu já estava para assistir a essa série há muito tempo. Ela me foi muito bem recomendada. Na hora do download eu usei a tática de colocar a prioridade para os primeiros 10 dos 26 episódios, de modo que eu já tenho bastante coisa para assistir mesmo sem ter completado o arquivo inteiro. E a impressão que eu tive da série foi tão boa que eu resolvi postar alguma coisa já agora. Se eu me lembrar eu escrevo mais alguma coisa quando eu chegar ao final - de preferência, contando os detalhes da morte heróica do protagonista, o Spike Spiegel.

O bom mesmo vai ser aproveitar essa época de intermissão nas outras séries com uma história nova.

Um colega que eu não vejo há muito tempo costumava me dizer quantos terabytes ele tinha baixado naquela semana, para a constituição do que ele se gabava de anunciar como sendo uma das maiores coleções brasileiras de anime. Eu não sabia o que eu estava perdendo toda vez que ele me contava as suas façanhas torrentianas e eu não pedia que ele gravasse alguma coisa pra mim. Digo isso porque eu gostei bastante de Cowboy Bebop e posso apostar que ele tem essa série lá na coleção dele.

A história, pelo que deu para perceber, é a de um grupo de caçadores de recompensa, intergalácticos e do futuro. Tendo visto só as duas primeiras sessões, uma coisa eu já posso dizer. O Spike tem alguma coisa de Father Brown nas suas atrapalhações, no seu talento para capturar os perseguidos contando com as mais impensáveis formas de acaso. Se você aceitar que deduções psicológicas ultra-elaboradas como as do Father Brown podem ser substituídas sem prejuízo por golpes absolutamente destros de mão e pé, e que a solução de crimes pode equivaler à própria apreensão de bandidos, então a comparação é perfeita.

Com uma vantagem para Cowboy Bebop que nem nas melhores páginas de Chesterton você vai encontrar alguma coisa parecida: a trilha sonora. A importância da música é tão grande nessa série que os episódios têm nomes como: Asteroid Blues, Jupiter Jazz e My Funny Valentine. Para não falar da música dos créditos iniciais, que é muito divertida.

sábado, 27 de junho de 2009

High Noon - Fred Zinnemann


Uma coisa que acontece neste filme é a coincidência entre o tempo da história e o tempo de duração do filme. Pouco mais de uma hora, quer dizer, entre o momento em que o Marshall Kane, logo depois de se casar com ninguém menos do que a Grace Kelly, descobre que o seu arquinêmesis, Frank Miller, está voltando para a cidade, até o momento do tiroteio final na rua empoeirada em frente ao hotel. O nome disso, como é mesmo?

O bandido que está voltando para a cidade é um sujeito que o Marshall tinha prendido e enquadrado na pena de enforcamento, mas que um júri do norte havia deixado escapar com uma simples condenação à prisão perpétua. Cinco anos depois ele acabou recebendo o indulto e agora ele estava sendo aguardado por uns antigos capangas no trem do meio-dia. As promessas eram as de que se iria reinstituir a barbárie.

A história é basicamente a da ansiedade coletiva pelo retorno do malfeitor e a da agonia individual do Marshall, que infrutiferamente fica tentando recrutar deputies para enfrentarem junto com ele o tal do Frank Miller.

O tiroteio final é meio decepcionante, se você compará-lo com os tiroteios finais dos filmes do Sergio Leone, por exemplo. Sem dúvidas mais realistas, os atiradores de High Noon não têm aquele código de honra que os personagens do Leone têm, e que me obriga a esperar um pouquinho antes de sair disparando, meio que dando a oportunidade para o adversário sacar a arma primeiro, porque só assim eu consigo provar que eu sou mesmo o melhor e mais rápido gatilho, capaz de vencer o duelo mesmo que o outro sujeito tente me acertar antes.

domingo, 21 de junho de 2009

Paks and Recreation


Quando eu pensei que eu estava mesmo perdendo a cabeça - e até agora eu ainda não encontrei na minha bagunça os dvd's 2 e 3 da segunda temporada de Seinfeld -, uma alma caridosa veio e me colocou novamente no caminho das séries: Parks and Recreation.

Foi até um pouco ridículo como eu não entendi a notícia logo de cara. Uma amiga me disse que ela estava gostando de assistir ao novo Office, gostando principalmente da Rashida Jones aparecendo e sendo basicamente a criatura adorável que ela é por natureza. Eu fiquei sem entender do quê ela estava falando. Ela insistiu que se tratava de um novo The Office com a Rashida Jones. Escutando isso, o que eu pensei? Eu pensei que eles tinham feito uma série só com os exilados da Dunder Mifflin, como o Roy, o Josh, a Jan e a própria Karen. Nesse estado de confusão mental eu pedia links, mas tudo que a guria conseguia me falar era numa tal de Amy Poehler. Amy isso, Amy aquilo. Foi preciso muita paciência do povo para que eu conseguisse entender qual era esse novo Office. Era Parks and Recreation.

O formato é exatamente o mesmo, documentográfico. Pequenas entrevistas que se ouvem enquanto os personagens são mostrados fazendo justamente o contrário daquilo que estão falando, imagens de pessoas quietamente chocadas com o que está acontecendo num palco, essas coisas. Ainda não guardei o nome dos personagens, por isso os descrevo bem genericamente, da esquerda para a direita (hum, não sei bem a razão, mas acabei de ter a sensação de que alguém pode odiar mortalmente quando escuta alguém dizendo "da esquerda para a direita"; peço desculpas se estou causando esse ódio em alguém):

(i) o engenheiro ou arquiteto que trabalha no setor de planejamento de construção da prefeitura; vocês se lembram daquele sujeito de Gilmore Girls?

(ii) o assistente que não quer nada com o trabalho, de longe o melhor personagem; o nome desse ator é Aziz Ansari; ele apareceu naquela cena do Flight of the Conchords que eu postei aqui há algum tempo; em P&R ele é aquilo que você poderia chamar de redneck.

(iii) a loirinha é a Michael Scott da história, tão prolífica em atrapalhações quanto o original.

(iv) ah, Rashida Jones, Rashida Jones; este blog precisa de uma foto da Rashida Jones:

(aqui ela está arremedando o Jim, mas em P&R ele arranjou um bobão ainda maior)

(v) é o chefe; o sujeito que disse isso: "I hate bureaucracy. My idea of a perfect government is one guy who sits in a small room at a desk. And the only thing he is allowed to decide is who to nuke. The man is chosen based on some kind of I.Q test and maybe also a physical tournament, like a decathlon. And women are brought to him, maybe, when he desires them."

(vi) a estagiária; a personagem da série com vocação para ser o Creed da história; de três em três episódios, já posso prever, ela terá uma fala, e de seis em seis episódios ela fará alguma coisa muito engraçada.

(vii) o bobão.



A primeira temporada, de seis episódios, já acabou. Eu achei que ela foi perigosamente temática.

Bottoms Up - Erik MacArthur


Se é difícil acreditar que este é um filme do Jay e do Silent Bob, isso é porque este não é um filme do Jay e do Silent Bob. Em primeiro lugar porque não é com o Jason Lee, o que de cara faz aumentarem as suspeitas de que a coisa não será tão boa assim, quando não condena tudo logo de uma vez a um tremendo e incoercível fracasso. Mas não é só isso. Este não é um filme do Jay e do Silent Bob principalmente pelo fato de que eles não aparecem na história. O Jay (Jason Mewes) sequer usa um gorro e em momento algum dá soquinhos no ar, gritando "munchies, munchies!". E o Silent Bob de silencioso não tem nem o nome, muito menos o comportamento -- apesar da minúscula relevância do seu papel na história, num certo momento ele chega a discorrer, algo coerentemente, aliás, sobre uns alienígenas fabricando um coelho anão para infiltrá-lo nas pessoas (e é até aqui que vai a minha capacidade de amenizar o que ele disse por meio de eufemismos). Fora as outras inconsistências em matéria de filmes do Jay e do Silent Bob, como a da Paris Hilton sendo escolhida para fazer o papel da garota superficial por fora, mas cutely nerd no fundo. Essa inconsistência, meus amigos, os parcos talentos artísticos da guria não bastam para superar.

Jack Chiles, sim, Jack Chiles, o maior advogado de todos os tempos - no portfolio do qual está um Cosmo Kramer, por exemplo, com o seu caso contra uma coffee shop - está no filme. Ele é o repórter do Hollywood Scoop.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Movimento Seinfeld


Fui convidado, há algum tempo, para participar do Movimento Seinfeld – finalmente postando formalmente uma resenha sobre um assunto que eu já vinha tratando com a minha característica atenção exagerada em longos e frequentes comentários. Acabou de ser postado o pequeno texto que eu escrevi sobre The Truth, o segundo episódio da terceira temporada da série.

A organização do site está muito boa. Como eu pensei, ao responder o email de um dos criadores, foi a primeira vez que eu pisei fora do Blogger. E só posso dizer que o Wordpress parece mesmo fornecer um bocado de recursos altamente desejáveis e até mesmo úteis.

A organização do Movimento não é menos excelente. Vários fãs da série, a maioria blogueiros confirmados, atenderam ao chamamento e ótimas apresentações têm sido produzidas. Numa palavra, a coisa é um tributo seinfeldiano na forma de um hebdomadário virtual, multiautoral e interativo. Na ordem cronológica oficial, a cada semana uma pessoa fica responsável por postar a resenha de um episódio, junto com alguns dados da produção. Isso tudo sempre na quinta-feira.

O sistema de comentários fica aberto. Se vocês olharem para o que foi postado neste último mês vocês pensarão que eu abandonei lá o Movimento. Mas o que aconteceu não foi nada de tão trivial assim, como por exemplo seria alguma pessoa simplesmente deixar de comentar num blog que ela costumasse visitar sempre. O que aconteceu, eu digo, foi um verdadeiro desfavor dos céus, um golpe calamitoso em todos os sentidos, um desastre internacional: por algum motivo eu não estou encontrando os meus dvd’s no meio da minha bagunça. Isso é que tem me impedido de assistir regularmente aos últimos episódios e de comentar regularmente os posts.

Não irei me prolongar aqui. Aos que gostam da série, é claro, eu recomendo que passem a acompanhar o site. Tão veementemente eu recomendo que vocês passem a acompanhar o site, aliás, que eu vou até colocar o link na área de links que eu acabei de criar.

domingo, 14 de junho de 2009

A couple with lemonades*

* Do arquivo. 



-
Lady, may I warn you this is not quite a well-balanced ship? 
- Of course you can, my darling. You always do. I never get it, though. What does it mean?
- It means this ship may go over some turbulence. It is, after all, the ship of love. You should be prepared.
- Of love? What a queer thing! It gives me the creeps.
- Yes, ma'am. A queer thing, indeed.
- How come you let it come to this point, anyway? Didn't you see this all coming? Now, be honest, young man!
- Yes, sort of. But, as a matter of fact, there wasn't much that I could do about it.
- Oh, please. A gentleman always can pull some kind of arrangement to prevent a thing such as love from happening, cannot he?
- One would hardly deny that.
- Especially if he is the one to be in love!
- Once again, you are correct.
- I frankly thought you all would be kind enough to take care of whole deal, nowadays.
- I tried actually. But you have been rather a charming young lady, you know? It could not possibly be done by means of mere strength of will.
- I understand.
- It probably would take a couple of months in Fiji to forget all about it. An adventure with a yokel might just come in hand.
- Have you tried the business of boozing and gambling? They make men often forget their duties.
- I have.
- And the one of sporting like a daredevil?
- I have parachuted on mined grounds on a weekly basis all December, for that matter.
- Maybe you should have tried politics. I trust it makes one looses all of one's senses.
- With all due respect, ma'am, I believe loosing my senses was the problem to begin with.
- Perhaps. Let us just pretend you are right.
- Fine by me.
- So, shall we just get something absolutely clear: you are in love with me?
- Inevitably so, I fear.
- My Gosh! Do you think this is an awfully terrible thing?
- I find it natural. But one should always be cautious with nature.
- Well, I cannot say that I vehemently object your love, boy. Not at principle.
- How nice of you to say.
- But if a fellow is to be in love with me, he should at least have the decency of not making a regular obviousness out of it.
- I grant you that.
- And what is this turbulence of the ship of love balderdash, anyway? It seems disrespectful.
- Not at all disrespectful, miss, although it might be mildly unbecoming. You see, I sometimes express myself peculiarly.
- Are you talking about poetry, chap? I can stand poetry!
- That is fair enough. But can you stand prose? Can you even bear unfashionably dialogued prose?
- I might. Just for kicks. After all, I have apparently succeeded in surviving quite prosaic people all my life!
- Very well, then. You have got yourself a lover.
- Good heavens, I feel like a lemonade. Would you care to join me?
- But of course. 

Explicando o post acima e outros

Dessa vez eu encontrei realmente o arquivo completo de um arquivo que eu tinha. 

Os textos que eu publicarei aqui, aos poucos e sem nenhum critério, são de 2004 e 2005. Sem o capricho de querer deixar registrado exatamente o que eu estava pensando na época, e principalmente sem o capricho de querer deixar registrado o que eu estava pensando, exatamente na forma e com as palavras que na época eu usei, eu aviso que eu irei reescrever os textos quando eu achar que reescrever adiantará alguma coisa. 

Sixty Six - Paul Weiland


Como alguém que fez aniversário neste feriado, e que não menos do que das outras vezes viu o dia começar e terminar de forma supinamente trivial, posso dizer uma coisa: o prêmio de pior festa de aniversário - bar mitzvahs incluídos - vai mesmo para o rabino que teve que estrangular um nazista no seu dia especial.

Vou até colocar o vídeo neste post, não sem antes esclarecer que estou falando de uma excelente comédia; de um filme cujo grande pathos na vida do personagem principal é o de fazer a sua festa de aniversário no mesmo dia em que a Inglaterra está disputando a final da Copa do Mundo de 1966; okay, tem também aquela parte em que ele é filho de um sujeito completamente esquisito, irmão de um sujeito completamente impassível, aluno de um rabino completamente cego etc, etc.

Broadway Danny Rose - Woody Allen


Mia Farrow strikes again. Ô guria para se arrepender. Dessa vez ela se arrepende de arruinar a carreira que o Danny Rose estava querendo construir para ele como um empresário artístico respeitável. O que aconteceu foi que por causa dos estratagemas da Mia, o único dos clientes do Danny (Woody Allen) com algum potencial acaba pedindo demissão. E olha que nós estamos falando de um grosseirão has been dos anos 50, with a drinking problem.

Mas a Mia Farrow pagará um preço caro por ter feito o que ela fez. Tão caro, eu suponho, que qualquer pessoa que esteja planejando fazer uma coisa terrível, e que ao mesmo tempo seja ou possa se tornar personagem de um dos filmes do Woody Allen, qualquer pessoa nessa situação vai parar e refletir um pouco. Eu vou dizer, em resumo, qual foi esse preço que ela pagou e vocês me digam se foi ou não foi a pior coisa que alguém consegue pensar como podendo acontecer a uma pessoa arrependida. O que aconteceu com a Mia Farrow depois de liquidar a carreira do Danny Rose pode ser descrito da seguinte maneira: ela foi a um desfile de Thanksgiving, viu o Sammy Davis Jr. passando num carro alegórico e começou a chorar inexplicavelmente. Sim, eu vou repetir. Eu vou repetir para vocês verem como o "inexplicavelmente" faz parte do meu estilo. Então vejamos. Ela foi a um desfile de Thanksgiving -- sim, okay. E depois disso? Ah, depois disso ela viu o Sammy Davis Jr. passando num carro alegórico. Waaal, waaal. Mas eu entendi. Ela viu o Sammy Davis Jr. passando num carro alegórico. E daí? Daí ela começou a chorar, totalmente emocionada, transida mesmo de inquietação mental.

Então agora vocês sabem. Se alguém perguntar quem matou os cachorrinhos da Mia Farrow vocês podem responder com tranquilidade: Sammy Davis Jr.

domingo, 7 de junho de 2009

Shadows and Fog - Woody Allen


Eu sei qual é uma das vantagens de saber representar. Uma das coisas que você ganha por saber representar é a chance de fazer as caras que o Woody Allen faz quando ele consegue escapar de um maníaco homicida, entrando dentro de um espelho mágico junto com o Armstead, The Magician. São as caras mais engraçadas, mais inofensivamente idiotas. Se eu tivesse talento para transfigurar a minha expressão como eu bem entendesse, independentemente de uma eventual sensação real que eu pudesse estar experimentando, eu não tenho dúvidas de que eu imitaria o Kleinman. Mas como eu dependo de estar passando realmente pela situação para fazer a correspondente expressão com o rosto, no fundo eu deveria é agradecer por não precisar fazer a cara de alguém que esteja fugindo de um maníaco homicida e que apenas por alguns instantes tenha encontrado um refúgio seguro. 

Eu vou dizer outra coisa que eu sei, que é o problema de ser novo e de começar a assistir aos filmes do Woody Allen indo dos mais recentes para os mais antigos. O problema disso é que quanto mais você vai gostando do diretor, e mais vai procurando os filmes antigos, mais você vai encontrando no seu caminho uma pessoa chamada Mia Farrow. A uma certa altura da sua tarefa de assistir aos filmes do Woody Allen é simplesmente impossível você não se deparar com ela. Ela tem sempre o jeito de alguém que vai se arrepender de uma grande besteira que ela vai fazer. E ela realmente faz grandes besteiras das quais ela deveria mesmo se arrepender. 

Em Shadows and Fog, no entanto, quando você acha que todas as personagens erradas já apareceram - isto é, no primeiro instante depois que você olha para a cara da Mia Farrow -, eis que uma força insuperável te arrasta para o chão. A força de... Madonna. Ela aparece como uma das funcionárias do circo, se eu me lembro bem, o que constitui um duplo mau gosto. Outro dia eu vi um filme na locadora - eu já escrevi isso aqui?, se já, fica a ênfase -, outro dia, eu dizendo, eu vi um filme na locadora, um daqueles em que as pessoas colocam o depoimento de jornalistas como atrativos para consumidores indecisos. Como se três palavras talvez publicadas no L.A Times fossem resolver o assunto. Mas estava escrito na capa desse filme o que eu pensei que um jornalista tinha escrito. Estava escrito "Isso mexe comigo". Eu me lembro de pensar que era o argumento mais sórdido que alguém poderia conceber para popularizar um filme, principalmente vindo de um jornalista. Incrédulo, eu peguei a caixinha do dvd para ler aquilo direito. A crítica, eu descobri, era da Madonna. Eu juro que eu olhei para os lados, balançando afirmativamente a cabeça, um riso sardônico se abrindo no meu rosto e as minhas sobrancelhas se arqueando sugestivamente (um exemplo de uma situação extrema me obrigando a fazer uma cara engraçada, aliás). 

Things to Do in Denver When You're Dead - Gary Fleder


Pode Andy Garcia ser levado a sério em qualquer coisa que ele faça? Antes de responder a essa aparentemente inocente pergunta, pense bem nas consequências da sua resposta. Antes é melhor pensar bem na pergunta. Estou perguntando se o sujeito pode ser levado a sério, esse sujeito sendo... Andy Garcia. Eu não sei quanto a vocês, mas eu digo de poucas pessoas que elas podem ser levadas a sério. E quando eu digo isso, talvez até completamente estupidamente, significa que eu estou pronto para sustentar e defender praticamente qualquer coisa que a pessoa faça. Quando eu digo, sei lá, que Steve Buscemi pode ser levado a sério, significa que eu não vou sair negando isso ao aparecer o primeiro filme do Adam Sandler em que ele faça alguma ponta. Uma vez que a pessoa receba o certificado Neto Torcato de seriedade, não vai ser um papel idiota num filme idiota que vai quebrar a sua reputação. É por isso que nem morto eu vou dizer que Andy Garcia pode ser levado a sério. Mesmo com aquela história dele se opor muito seriamente ao Fidel e tal. 

Mas divago, porque ponderar se ele pode ser levado a sério ou não já é gastar uma quantidade absurda de energia mental com Andy Garcia. Andy Garcia não veio ao mundo para que as pessoas gastassem energia mental com ele. Ele veio ao mundo para que as pessoas o vissem, até mesmo contemplassem vagamente a sua pessoa, como se vê e se contempla uma caixa de fósforos num... no evento de uma aurora boreal acontecer em Macaé... na entrega do troféu de primeiro lugar no pódio das mais belas modelos do mundo...  não me ocorre agora alguma coisa que seja monstruosamente mais útil e mais merecedora de atenção do que uma caixa de fósforos, mas era com essa coisa que eu iria completar a comparação. 

Eu não acredito, em todo caso, que Trey Parker ainda não fez um episódio de South Park com o Andy Garcia aparecendo com aqueles ternos enormes, aquele cabelo impossível e um tanque de guerra surgindo do nada e o esmagando contra a parede. 

Eu falei do Steve Buscemi, né? 

sábado, 6 de junho de 2009

Larry David

Para começar o final de semana em que eu vou ficar esperando Whatever Works começar a passar em algum lugar.




2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8.

terça-feira, 2 de junho de 2009

In the Land of Women - Jon Kasdan

Tanta coisa acontece neste filme, mas tanta, que eu vou me dar por satisfeito com o fato de que não escolheram o Jim Levenstein para fazer o papel. 
 
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