sábado, 27 de junho de 2009

High Noon - Fred Zinnemann


Uma coisa que acontece neste filme é a coincidência entre o tempo da história e o tempo de duração do filme. Pouco mais de uma hora, quer dizer, entre o momento em que o Marshall Kane, logo depois de se casar com ninguém menos do que a Grace Kelly, descobre que o seu arquinêmesis, Frank Miller, está voltando para a cidade, até o momento do tiroteio final na rua empoeirada em frente ao hotel. O nome disso, como é mesmo?

O bandido que está voltando para a cidade é um sujeito que o Marshall tinha prendido e enquadrado na pena de enforcamento, mas que um júri do norte havia deixado escapar com uma simples condenação à prisão perpétua. Cinco anos depois ele acabou recebendo o indulto e agora ele estava sendo aguardado por uns antigos capangas no trem do meio-dia. As promessas eram as de que se iria reinstituir a barbárie.

A história é basicamente a da ansiedade coletiva pelo retorno do malfeitor e a da agonia individual do Marshall, que infrutiferamente fica tentando recrutar deputies para enfrentarem junto com ele o tal do Frank Miller.

O tiroteio final é meio decepcionante, se você compará-lo com os tiroteios finais dos filmes do Sergio Leone, por exemplo. Sem dúvidas mais realistas, os atiradores de High Noon não têm aquele código de honra que os personagens do Leone têm, e que me obriga a esperar um pouquinho antes de sair disparando, meio que dando a oportunidade para o adversário sacar a arma primeiro, porque só assim eu consigo provar que eu sou mesmo o melhor e mais rápido gatilho, capaz de vencer o duelo mesmo que o outro sujeito tente me acertar antes.

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