domingo, 14 de fevereiro de 2010

Lost Highway - David Lynch

http://www.now-movies.com/movieimg/movie1263128970.jpg

Eu deixei de terminar este filme algumas vezes. Quase sempre eu dormi no meio, um pouco cansado ou um pouco com pensamentos leves demais para aguentar a má iluminação das cenas. Também aconteceu de eu precisar sair uma vez e interromper o que eu estava fazendo. Não duvido, ainda, que algumas das vezes que eu tenha deixado de lado Lost Highway o motivo tenha sido simplesmente ver outra das coisas que agora eu coloquei no HD externo. Ou rever, para ser mais exato. Mas finalmente eu peguei tudo do começo e, dessa vez, cheguei ao fim no estado da mais perfeita vigília.

Por coincidência, hoje mesmo eu estava lendo isto aqui, sobre as formas de se reagir aos finais dos filmes do David Lynch. É um excelente post de um blog que eu tenho tentado sempre ler, lá no Apostos. Bom, para quaisquer outros assuntos sobre os quais eu precise me manifestar, acho que eu passarei a adotar mais frequentemente essa classificação de "todo mundo", de um lado, e de "todo mundo, menos quem faça alguma coisa", de outro. Aprendida essa lição geral, com uma certa vergonha eu admito que na maioria das vezes eu fico lá me perguntando o que foi que aconteceu quando os filmes dele terminam. Fico me perguntando isso apenas mentalmente, quieto. Só falo para alguém dessa minha dúvida se eu achar que a pessoa terá o suficiente bom senso de não querer discutir longamente o enredo e de fato oferecer uma explicação definitiva para o caso, pois se eu gostei ou não dos filmes do David Lynch pouco ou nada tem a ver com a circunstância de eu conseguir saber quem era aquele sujeito esquisito que apareceu de vez em quando na história e por que é que aquela mulher aparecia uma hora loira, outra hora, morena.

Reconheci, é claro, quando tocou Rammstein. Sabem, em alguns dos meus momentos de cogitação metafísica, eu atiro ao lado as minhas apostilas do Olavo, desço os óculos dos meus olhos para as minhas mãos, e andando circunspecto pelo apartamento, eu pergunto como seria possível deixar de tocar Rammstein quando você está mostrando um sujeito entrando num quarto fechado de uma casa desconhecida e lá dentro atos de bestialidade estejam sendo praticados. Ou então eu tento justificar racionalmente como alguém poderia escolher Richard Pryor para alguma coisa. A resposta a que eu chego é a de que David Lynch às vezes tem todas as intuições certas, às vezes, todas as erradas.

Nenhum comentário:

 
Free counter and web stats