sábado, 13 de novembro de 2010

Kika - Pedro Almodóvar


Deixei passar um tempo muito grande desde o dia em que eu assisti a este filme para que este post pudesse se tornar qualquer coisa que não um mero registro. Faz aí uma semana ou um pouco mais que tudo aconteceu, e ao contrário do que se poderia esperar de uma obra de arte atemporal como é qualquer coisa que venha das mãos de Pedro Almodóvar, vejo-me na delicada circunstância de dizer que eu não me lembro muito da história. Escrevo isso sorumbático, ciente de que Caetano Veloso deve me achar um filisteu incurável.

O que está na claro na minha lembrança é que eu ri bastante e que nesse filme aconteceu o excepcional fato de eu notar, logo no início, um detalhe crucial mais tarde levado a uma posição de destaque no enredo. Mas eu não faço ideia de qual detalhe foi esse. Apenas me informaram, eu acho, que eu estava certo em achar estranhas umas cordas que apareciam em algum lugar. Só disso é que eu me lembro.

Olhando com atenção para esta foto aí em cima, no entanto, me recordo um pouco das duas primeiras personagens, à esquerda. A primeira delas é a apresentadora de um programa de televisão desmiolado, uma espécie de Aqui e Agora com elementos de Zorra Total. Ela relata tenebrosidades policiais que chocam a população espanhola, mas acalenta o público com a visão constante dos seus seios, por entre buracos nas suas roupas de couro. Quando ela não está apresentando o programa, ela anda com uma câmera pregada num capacete. A outra é a empregada da personagem principal. Ela é uma pouco recatada lésbica que não refreia seus desejos nem mesmo para a sua empregadora, e que aliás serviçalmente obsequia a patroa com investidas despudoradas enquanto casualmente a ajuda a cortar legumes.

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