sábado, 20 de novembro de 2010

The usual suspects - Bryan Singer


Eu fiquei pensando na denúncia de que o banditismo tem sido romantizado por uma classe artística corrompida, ou mesmo francamente comprometida com uma certa forma de organização da sociedade que mais ou menos pretende destruir tudo de bom que os pais dos pais dos pais dos pais dos nossos pais quiseram construir neste nosso canto do planeta. Os fatos para os quais se chama atenção, nesse caso, e cujas consequências se vão fazendo sentir no Brasil com uma larga degeneração tanto da sociedade como da arte que lhe devia servir de inspiração, são graves. São muito graves, por natural.

Eu acho ok, no entanto, quando o banditismo que se deseja romantizar não é aquele truculento e chão, e, sim, um banditismo sutil e elevado. Eu acho ok, em matéria de cinema, por exemplo, quando a justificativa para o crime não é a suposta necessidade de dar leite para os filhos ou perturbar a ordem injusta estabelecida pelos ricos, e o sujeito vai e se põe a delinquir por pura malignidade e ganância. Bandido bom, em ficção, não é bandido morto. Bandido bom, em ficção, é bandido bem nascido, ou que pelo menos seja um arrivista com um mínimo de polidez e bons tratos e pelo qual não se consiga, em momento algum, sentir pena.

Tipo Keyser Söze.

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