domingo, 7 de novembro de 2010

Stealing Beauty - Bernardo Bertolucci

Stealing Beauty Poster

Assistir a este filme foi quase um dos momentos mais elegantes que eu, na minha (aliás) improfícua carreira de mestre das questões de informática, poderia produzir em matéria de adaptação e aproveitamento de tecnologias. Teria sido, eu posso dizer, ao mesmo tempo simples e engenhosa a solução que eu tentei improvisar no cenário de escassez material em que eu me encontrava. Quase que deu certo. Passo a passo eu fui superando os obstáculos que se me apresentavam, passo a passo eu fui me aproximando de uma vitória apoteótica. Cheguei a acreditar e cheguei a fazer acreditar. Mas o final, isto é, o ocaso final terminativo que encerrou a minha longa empreitada com uma nota de fracasso foi causado pelo imponderável. Foi causado por algo que talvez eu pudesse antever, mas que aparentemente eu nada poderia fazer para evitar.

O desafio às minhas poucas luzes era executar um dvd, só que sem um aparelho de dvd. O que eu tinha em mãos era o disco e uma televisão com entrada USB. O que eu não tinha, desafortunadamente, era um cabo USB de duas pontas que eu pudesse usar para ligar este meu mac à televisão. O único jeito de assistir ao filme na televisão em vez de no computador, que foi o que eu acabei fazendo, era recorrer aos outros perif'éricos. Eu tinha um iphone e um ipod e nada mais. O primeiro é o que eu uso na itunes que eu tenho neste computador, o outro, numa itunes totalmente separada que eu mantenho num outro computador, distante quilômetros.

Meu humilde plano tinha três etapas e foi o seguinte. Inserindo o disco no mac, transformar e depois adicionar o arquivo de vídeo à itunes. Inserindo o iphone no mac, sincronizar o conteúdo. Inserindo, por fim, o iphone na televisão, rir, me chocar e talvez refletir um segundo sobre os estrambólicos personagens do filme. Infelizmente a minha escolha tinha que ser pelo iphone e foi isso que causou o meu desconsolo. As duas primeiras etapas do plano que eu imaginei, como eu disse, foram realizadas com sucesso. Na última, porém, veio o triste conhecimento de que, bastante imponderavelmente, o iphone é um dispositivo USB que a televisão da LG não aceita. E então nada mais foi tentado. Me dei por vencido e fui ver o filme pelo próprio computador.

Eu gostaria, aqui, de me defender daqueles que com pressa poderiam me acusar de mau escolhedor, no que diz respeito à opção do iphone no lugar do ipod. O ipod, eu sabia e depois confirmei, é um dispositivo usb que funciona maravilhosamente bem nas televisões da LG. O meu problema em transferir o filme para o ipod nunca esteve no ipod, mas na itunes, e eu lhes digo o porquê.

Há alguns meses, eu atualizei a versão da itunes em que eu deixo as músicas que eu escuto no meu ipod. Acho que para a versão 9.0, se eu me lembro bem. Essa simples atualização, em todo caso, foi o que bastou para gerar um erro irreparável no ipod e me transtornar a vida por alguns dias. Depois que eu baixei lá a nova versão, o aparelho entrou no que muito apropriadamente poderia ser chamado de espiral do silêncio, uma pane do aplicativo provocando a falência de todas as funções do ipod e basicamente fazendo de mim um entusiasmado, porém sofrivelmente fracassado, exegeta das escrituras disponibilizadas nos foruns da apple do mundo inteiro. Nenhuma das soluções propugnadas nesses foruns resolveu o meu problema. Nenhuma. Versões as mais elaboradas de ligar e desligar, com entradas sendo colocadas em saídas diferentes, saídas recebendo fios advindos de entradas alheias, up-grades e down-grades de praticamente tudo que veio depois do DOS. Nada disso adiantou. O erro desconhecido continuava a inutilizar completamente o aparelho. Eu cheguei a postar sobre isso aqui? Já não sei. O que sei é que a garantia da apple é que me salvou -- e se eu não fosse salvo nesta última instância da esperança humana, nada mais me teria resgatado.

Defendo-me que evitar o risco com a transferência do vídeo desse filme para o meu ipod, numa itunes que está numa versão diferente daquela que eu uso neste computador aqui, isso é o que eu cautelosamente queria fazer.

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