sábado, 13 de novembro de 2010

Take the money and run - Woody Allen


Algumas cenas deste filme me fizeram pensar que a qualquer momento o Woody Allen iria se colocar em frente a um armário, experimentar um monte de roupas engraçadinhas, fazendo pose e tudo, enquanto ao fundo uma música divertida era executada. O tipo de coisa, eu quero dizer, que se pode ver nos filmes antigos do Rob Schneider. Só faltou mesmo ficar experimentando os diferentes figurinos, porque fazer as poses cômicas, ao som de uma trilha sonora abertamente feliz, isso o Woody Allen fez. Nada disso, é claro, me irritou de uma maneira séria, embora tenha me perturbado um pouco, no que a dúvida sobre quando é que esta funesta tradição começou ficava indo e vindo na minha cabeça. Quando é, afinal, que mostrar a pessoa experimentando diferentes peças de roupas foi pela primeira vez considerado um recurso humorístico aceitável; e por que, desde então, repeti-lo não é considerado um atroz desrespeito com as pessoas que querem genuinamente rir com uma história? São questões para as quais eu ainda procuro uma resposta e que se eu me deparasse com uma monografia inteira dedicada ao tema, provavelmente eu pararia para conferir pelo menos o resumo.

Como hoje em dia Woody Allen só faz filmes com a fotografia resplandescente, fresca, e com roteiros lineares que no máximo permitem umas poucas observações de um narrador logo no início, na época desse filme ele também só fazia filmes com a fotografia opaca, envelhecida, e com enredos integralmente conduzidos por um narrador que vai do começo ao fim expondo os personagens com pretensões de descrição científica. TTMR não é diferente. Até entrevistas dos personagens e com pessoas que conheciam os personagens você vai encontrar. Talvez uma monografia que identificasse o nascimento do gênero fosse também uma leitura interessante (colho o seguinte resumo e não para a minha surpresa eu encontro a referência deste filme).


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