domingo, 29 de março de 2009

Alphaville, une étrange aventure de Lemmy Caution - Jean-Luc Godard

Talvez seja prejudicial ao entretenimento que se espera ter assistindo a um filme o fato de não prestar atenção na história. Dessa falta, para a minha lamentação, eu posso ser acusado em quase todos os filmes. E se é verdade que para aproveitar a maioria deles prestar atenção na história é um detalhe quase irrelevante, neste aqui a coisa fica difícil. Quer dizer, eu tenho certeza de que em algum momento foi apresentada uma suposição coerente para explicar as pessoas tentando abraçar as paredes quando uma hecatombe nuclear está acontecendo na cidade. Deve ter sido na hora em que eu estava dormindo, no entanto.

A voz entrecortada do computador Alpha 60 me fez lembrar do Ned, o dono da laringe mais destruída pelo consumo excessivo de cigarros de toda South Park. Com a diferença de que o Alpha 60 fica insistindo no fato de que nós só vivemos o presente e que o passado e o futuro não existem. Como assim o passado e o futuro não existem, velho? Não. Nem venha, nem venha com Santo Agostinho para cima de mim.

Mas não prestar muita atenção na história também tem as suas vantagens. Alguns sustos divertidos que a gente acaba tendo compensam os momentos de pura desorientação. Particularmente em relação a uma cena, eu acho, eu tive uma sorte dupla. Eu digo isso porque já tinham me passado o link da cena há alguns meses e já na época eu tinha gostado bastante. Vendo agora o momento do filme em que ela aparece, e vendo, ainda, que não era para ela fazer muito sentido mesmo, uma agradável sensação de palhaçada me invade. 



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