segunda-feira, 16 de março de 2009

Dubliners - James Joyce


Comparativamente serião. E reformador. O antigo proprietário escreveu que o livro chega a ser boring, o que me leva mais uma vez a pensar que as pessoas que vendem livros a sebos gostam de provocar os outros com essas frases que elas deixam escritas supostamente casualmente. Mas não insistirei no que eu poderia dizer sobre isso porque eu já sei que esse assunto de rabiscar ou não as páginas de livros divide opiniões quase como um novo cisma sobre a forma correta de ler as escrituras.  O que eu acho, aliás, que é culpa das pessoas que rabiscam livros.

Eu disse que o livro é comparativamente serião, em todo caso, sabendo que os livros que eu vinha lendo não poderiam mesmo servir de parâmetro. Por isso o comparativamente serião pode ser lido como se referindo à generalidade das obras de literatura, mesmo as mais francamente naturalistas. Fiquei surpreso de não ter encontrado, por exemplo, alguém reclamando com estas palavras da "questão irlandesa". 

E o reformador? Meu deus, como Joyce estava reformador. Se alguém encontrasse com ele e perguntasse o que ele estava fazendo, a única resposta sincera que ele poderia dar seria esta: ah, velho herói, estou tentando reformar uns dublinenses que não têm a suficiente força de vontade para fugir da cidade, sabe, estou tentando ver se consigo despertar nessa gente o Kurt Russell interior. 

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