domingo, 15 de março de 2009

A certeza

Eu achei que ir ao Kentucky Fried Chicken me faria ter epifanias reveladoras sobre séries de TV que se passam no Sul dos E.U.A. Até as músicas que eu coloquei para tocar eram temáticas, por assim dizer. Mas não foi isso exatamente o que eu aconteceu. Quando eu me vi sentado, olhando para o meu balde de frangos empanados, por um espelho ao fundo de um sagão enorme vendo um pedaço do meu rosto em reflexo, escondido por uma parede de um grupo de adolescentes, apenas obliquamente visível desde baixo, por uma escada, eu não pensei no Earl ou no Kenny Powers. Eu pensei no Seymour. No velho e bom Seymour. No apático, distraído e ocasionalmente heróico num sentido muito específico Seymour. 

E então me veio a ideia que eu agora transmito na forma de conselho: esqueça o que Olavo de Carvalho diz sobre a pergunta que você deve se fazer se você quiser testar a unidade do real e a realidade do todo. Você não precisa se perguntar se você está mesmo onde você pensa que está e nem precisa ir confirmando as hipóteses que você for criando para responder a essa pergunta. O jeito que você tem de saber que o mundo inteiro é real e não é um fruto da sua imaginação é saber que você tem um gosto melhor. 

2 comentários:

Anônimo disse...

"E então me veio a ideia que eu agora transmito na forma de conselho" --- o conselho escondido nessa frase é: já adotei a reforma ortográfica; façam o mesmo.

Diversão captar mensagens subliminares. Rá!

Neto Torcato disse...

Até que estou tentando. Acho que "ideia" e "voo" são as únicas que eu já aprendi.

 
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