domingo, 22 de março de 2009

Wonder Boys - Curtis Hanson


Alugado exclusivamente para fins de reminiscência, quase que esse filme consegue atender de modo completo ao critério que eu tinha estabelecido num primeiro momento. O critério era o de pegar um filme dos anos 90 -- Wonder Boys é de 2000. 

Eu gostei de todos os ambientes em que a história se desenvolve. Leio aqui um pouco sobre como foi escolhida a cidade de Pittsburgh para as filmagens e só posso dizer que a opção foi excelente. As ruas cobertas pela neve, mas não alagadas pela chuva torrencial, são muito bonitas. E céu cinzento, pra mim, sempre foi sinal de que os compromissos do dia já tinham terminado, o mais que acontecesse já sendo formas de descanso e diversão. Formas de aventura gratuita, pelo menos. Acho que a história reforça essa minha mania. Quer dizer, não fomos apresentados ao Professor Tripp saindo de casa numa manhã fria de terça-feira para passar no banco, por exemplo. Nós só o vemos se transportando de um lugar para outro com finalidades mais ou menos recreativas - se não para ele, pelo menos para quem está vendo. 

As cenas internas, nesse ponto, não são menos tranquilizantes, se é esta a sensação que eu estou querendo dizer que eu tive. Existe um tipo bem peculiar de bagunça que só é possível numa casa espaçosa como a do Professor Tripp. Existe um tipo de palestra que só não se tornará mortalmente enfadonha se acontecer num auditório amplo e bem iluminado. E algumas refeições, que normalmente já parecem ser deliciosas só por estarem na televisão, se tornam ainda mais agradáveis quando conduzidas em restaurantes limpos, de paredes envidraçadas.

Sentados num bar e chocados com os traços feios e desajeitados de um homem que gesticulava numa outra mesa, o Professor Tripp, o Crabtree e o James praticam o que recentemente me disseram que é uma arte com nome oficial - people watching. É a melhor cena do filme.  

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