sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Breakfast of Champions - Alan Rudolph


Eu agora posso dizer que se existe alguma história que você, depois de uns nove meses, terá esquecido muitos dos seus detalhes, e que ver o filme ajudará a lembrá-los só um pouco, essa história é Breakfast of Champions, de Kurt Vonnegut Jr.; mas posso acrescentar: assistir ao filme certamente recuperará alguma da caótica visão de mundo que você poderá ter adquirido lendo o livro. Particularmente se a sua visão de caos envolver uns chilreios ruidosos de uns pássaros nos pequenos intervalos da sua vida em que nenhuma palavra é pronunciada, esse filme não irá ser uma decepção.

Kilgore Trout - um escritor de ficção científica publicado no underground das revistas com capas eróticas - está exatamente como eu me lembro de o ter imaginado: velho, sujo, um pouco lunático, um pouco sábio. O apartamento dele, esse eu não tenho dúvida de que é o mesmo que eu tinha criado na minha cabeça.

Mas outras visões psicodélicas que preenchem o filme do início ao fim terão sido, na minha opinião, um capricho do diretor; um capricho desnecessário como quase todo capricho. Agora, que a história tenha sido encenada nos anos 90, em vez de algumas décadas antes, como no livro, pelo menos permite que a coisa toda não fique absolutamente postiça e forçada.

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