domingo, 21 de setembro de 2008

Great Expectations - Charles Dickens


Terminei de ler a primeira parte do livro. Deixei Pip indo para Londres, a sua vida de aprendiz de ferreiro num vilarejo ficando para trás e grandes expectativas de se tornar um cavalheiro enchendo o seu pequeno coração de menino. E ele não segue para Londres apenas com expectativas genéricas e impalpáveis de se tornar um cavalheiro, como, de resto, qualquer um que esteja indo para Londres pode ser compelido a sentir. Ele parte já contando os dias que faltam para que ele coloque as mãos numa handsome property.

Mais ou menos o que vai acontecer a partir de agora eu já sei. Conheço a história pelo filme, que é horrível - pelo menos a versão a que eu assisti. Lembro-me também do episódio de South Park inteiramente dedicado ao inglesinho que sempre se dá mal, em que alguma coisa do romance é tratada, com o bônus adicional de ser tratada com a narração de ninguém menos que Malcolm McDowell, ninguém menos que Malcolm você-se-lembra-de-mim-lá-do-Laranja-Mecânica?-,-sou-eu-mesmo McDowell.

Tentei encontrar uma cena desse episódio em que Pip, ou melhor, Handel (como ele é apelidado) recebe dicas de etiqueta do seu mais novo amigo, Herbert. Que observa de um jeito muito educado, britanicamente sutil, as barbaridades que o seu amigo provinciano comete à mesa. A versão feita nesse episódio é uma das melhores de toda a série.

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Por algum motivo que agora eu já não me lembro, deixei de parar e escrever em dez minutos alguma coisa sobre a segunda parte do livro. Aliás, não fiz isso nem quando eu terminei a terceira e última parte. Só agora, quase uma semana depois, é que volto para terminar este post. E o pior é que, de lá para cá, eu nem fiz a única coisa que eu poderia fazer para salvá-lo das trivialidades que eu estou prestes a falar, que era encontrar o link da cena do South Park.

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Eu já vi que no prefácio do David Copperfield, que será a minha próxima leitura do Dickens, ele mesmo afirma que D.C é o seu personagem favorito. Sua criança favorita, acho. Um escritor fazer uma declaração dessas já é uma coisa rara o suficiente para que eu já pudesse pensar que D.C seja bem melhor do que o G. E. Mas como eu ainda não li esse outro livro, não vou dizer que o autor está blasfemando contra o excelente personagem que é Philip Pirrip, a.k.a Pip. Aproveito, mesmo assim, a circunstância de Dickens não ter dito Pip is me, para dizê-lo eu: Pip sou eu.

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Se bem que o Mr. Jaggers, esse advogado aí que está comodamente esnobando um cliente, o Mr. Jaggers é uma espécie de modelo; um sujeito que não recomenda ninguém é uma espécie de modelo, em todo caso.

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