segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Top Hat - Mark Sandrich


Eu aluguei o DVD num ato de improvisação totalmente fora do esquema para o qual eu havia me programado. Foi o toque de aventura, ou de simples mau planejamento, do meu dia. Na minha cabeça todas as precauções cabíveis haviam sido tomadas; no site da locadora eu verifiquei a disponibilidade; cheguei até a ligar para a loja e confirmar se o filme não estava alugado por uma outra pessoa. Só não contava com o imponderável fato da atendente, embora esquadrinhando as prateleiras por uma meia hora, não conseguir encontrar o raio do DVD que eu estava procurando. E olha que eu ajudei nessa busca, apesar da minha conhecida distração no que diz respeito a me concentrar diante de um painel, cardápio ou coisa parecida.

"Tudo bem", eu disse, quando as procuras já mostravam claramente que seriam infrutíferas. E querendo não frustrar a expectativa que eu já havia criado na pobre atendente de que eu iria alugar mais alguma coisa (porque o outro filme que eu procurava já estava nas minhas mãos), eu completei, quase me vangloriando: "Eu vou levar... eeeste aqui", como se o negócio inteiro da locação de filmes dependesse dos meus três reais a mais na conta. Que idiota.

Depois fiquei pensando que muita coisa nesse filme é também um ato de improvisação. Algumas cenas chegam a durar uns dez minutos; algumas cenas, quero dizer, daquelas em que o Fred Astaire fica lá sapateando no chão e às vezes na parede. Impossível que muita coisa ali não seja inventada na hora, ou que o diretor tenha sido caprichoso ao ponto de dizer "Corta, corta. Ô, Fred, a sola do seu sapato não atingiu o chão da maneira como deveria. Assim não dá, ô, Fred".

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