domingo, 21 de dezembro de 2008

The emperor waltz - Billy Wilder


Na melhor cena do filme, o imperador austríaco se refugia numa sala do seu palácio a pedido de um dos seus guardas, o qual, por sua vez, teme que um gramofone dentro da mala de um vendedor americano seja uma bomba pronta para explodir o sire. Uma meia comoção se prepara: os defensores muito mais agitados do que o defendido. Todos os soldados do castelo são avisados da ameaça iminente com um sino. Todos eles assomam pelos corredores, espingardas na mão e, no peito, o desejo de morrer pelo soberano. "What is it now?, pergunta o imperador. Polidamente o guarda responde que, ao que parecia, havia um assassino nas proximidades. "Oh dear", lamenta o imperador, "this get to be such a bore". Neutralizado o perigo, a mala finalemente é jogada numa fonte, já do lado de fora, nos jardins do palácio. Enquanto tudo isso vai acontecendo, o imperador brinca e se diverte numa salinha, fazendo vocês sabem o quê? Andando em cima do desenho de uma espiral no chão. Seus braços, é claro, estão cruzados nas costas, seus olhos, vagamente distraídos. Quando ele chega no centro da espiral ele pára, vira-se, e percorre novamente o seu passeio.

Além disso (estou falando das coisas que me fazem reconhecer a minha inclinação para o exercício do poder absoluto), a etiqueta imperial não o obriga a participar do baile. Tudo depende da decisão de Sua Majestade, do seu estado de espírito no momento. Ao ser informado, por exemplo, de que haviam nascido sem vida os filhotes do seu cachorro, Franz Joseph I subitamente se vê roubado da sua bonomia natural. Alguém diz que he's not in the mood for a ball. Ao que ele responde: you're quite right. I'm in the mood for a cemetery -- let us proceed to the ball.

Mas passemos ao ponto a respeito do qual não existem quaisquer dúvidas:


Joan Fontaine. Essa foto não é do filme.

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