sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

House on Haunted Hill - 1959 - William Castle

Aqui.

Com Elisha Cook Jr. em mais um papel de acovardado simpático. Sabe quando alguém vai imitar uma outra pessoa e então muda completamente o tom de voz, sugerindo, no imitado, o ridículo e o patético? Imagine, agora, uma pessoa que já fale normalmente nesse outro tom de voz e que na sua versão oficial já seja ridícula e patética: eis aí qualquer personagem interpretado pelo Elisha Cook Jr. Com ele, fica bem reduzido o material daqueles que imitam pela diversão de fustigar moralmente os outros. Se você quiser imitá-lo, o máximo que poderá fazer é, como ele, tentar abrir e fechar a boca de um jeito muito peculiar, como se estivesse sempre tentando sorver o conteúdo de uma pequena ameixa. A voz que propriamente sairá da sua boca, no entanto, não fará muita diferença. Isso porque é impossível que alguém consiga pronunciar qualquer palavra de um jeito que seja mais tíbio e sem espírito do que o próprio Elisha. Não estou dizendo isso só tendo visto um filme com o sujeito, nem, muito menos, só tendo parado para pensar uma única vez nos tipos inseguros e pusilânimes. Por uma grande coincidência cinematográfica, a minha atenção tem se ocupado dele nesses últimos dias. Eu, que já havia notado esse talento para a franca debilidade em The Killing, agora confirmo a minha teoria.

Vi a versão mais moderna desse filme no cinema. Isso foi há quase uns dez anos, calculo. Lembro-me de que reclamaram quando eu fiquei tentando adivinhar o que iria acontecer em cada cena. A queixa foi praticamente formal, ao ponto de o assunto ser retomado várias vezes, mesmo já tendo se passado alguns dias. Provavelmente, e agora eu não me lembro, mas imagino, eu devo ter acertado alguma coisa muito séria ou imprevisível naquele momento. O que é raro, eu sei. No geral os meus palpites estão sempre errados, ainda mais em se tratando de um filme de terror. De que eu possa me vangloriar, vangloriar mesmo, só a minha descoberta instantânea do assassino em Jogos Mortais - descoberta dificilmente aceita como um sinal de intelecção e vida cerebral, muito mais atribuída a alguma espécie de sorte ou puro e simples mau gosto.

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