domingo, 12 de outubro de 2008

The man who knew too much - Alfred Hitchcock (1956)


Não é a versão do livro do Chesterton, embora eu me lembre, eu acho, de alguém comentar que o Hitchcock tinha os direitos autorais sobre o título. Isso, eu acho, eu ouvi no material bônus do DVD. Não é, tampouco, a versão original do filme, que foi gravada em preto-e-branco, ainda nos anos 30, parece.

Como essas minhas referências estão muito vagas, aproveito que metade do post já foi desperdiçada para registrar uma outra coisa que me ocorreu ao assistir a esse filme.

Não faz muito tempo que eu li na Veja uma reportagem sobre alguma orquestra. Entre outras coisas, falou-se dos instrumentistas responsáveis pelos pratos, sobre como eles costumam ser sujeitos pitorescos, não raro grandemente caprichosos e temperamentais. A opinião elevadíssima que esses músicos costumam ter de si mesmos, dizia a reportagem, é explicada pelo papel fundamental que os pratos desempenham na obra, pelo surto dramático que o seu som provoca em quem está ouvindo, ainda que tocado uma única vez ao longo de toda a duração da sinfonia.

A trama deste filme gira basicamente em torno dessa fração de segundo na qual os pratos se encontram e um estrondo retumbante é produzido. E, até que isso aconteça, o músico fica bem confortavelmente instalado, bem sentadinho, só aguardando a hora de executar a sua única manobra. O que me faz pensar: a mesma razão que leva um menino mais ou menos inepto para o combate braçal a querer ser o piloto do helicóptero, que só chega no final para resgastar os soldados, inatingível pelos estilhaços, essa mesma razão irá levá-lo a querer ser a pessoa que toca os pratos.

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