quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Sour grapes - Larry David


Escrito e dirigido por Larry David - um filme dificilmente poderia ter credenciais melhores do que essas, poderia? Leio umas críticas bastante desfavoráveis na internet, mas atribuo a insatisfação desse povo mais a uma decepção pelo fato do filme não ser um novo Seinfeld do que a uma inconsistência artística mais propriamente considerada.

A história se parece muito com um episódio de Curb Your Enthusiasm, na parte em que se aproveita de uma pequena trivialidade para em torno dela criar uma série de obsessões frívolas. O caso é o desses dois primos que vão passar um final de semana em Atlantic City, um deles ganhando um prêmio numa máquina de caça-níqueis com as moedinhas fornecidas pelo outro.

É difícil dizer qual dos dois tipos melhor representa o próprio Larry -- um, o dono de um espírito mais leve e de uma bonomia mais visível, subitamente agraciado pela sorte; outro, um sujeito mais complexado, vítima de um grande azar, que sempre poderá se queixar de alguma coisa para a qual as outras pessoas não estão dando muita bola.

Gostei de todos os personagens do filme. Da mãe exageradamente preocupada com todas as minúcias da vida do filho. Da namorada muito brava e crítica, ocasionalmente também muito conscienciosa. Do chefe original nas suas manias -- talvez o diálogo mais característico do tipo de humor do Larry David, não à toa interpretado por aquele sujeito que fez o papel do fiscal da biblioteca num episódio do Seinfeld. Da secretária impaciente. Do ator estúpido, protagonista de uma série chamada Guys and Gals, o insulto que Larry David houve por bem fazer a Friends. Do mendigo aproveitador. O próprio Larry David aparece, o que é sempre legal.

A trilha sonora também merece destaque. Tem Dean Martin, Beethoven, Mozart, Bach, a turma toda.

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