sábado, 21 de fevereiro de 2009

Ghost Town - David Koepp

Em matéria de casting ninguém pode reclamar. Quem melhor do Ricky Gervais para interpretar um dentista mal-humorado que se recusa quase até o fim a ajudar as pessoas mortas que aparecem para ele depois que ele tecnicamente morre e ressuscita na mesa de operação? E eu posso dizer, como argumento de reforço provando que R.G é a pessoa certa para o papel, que esse dentista veio para Nova Iorque depois de ter se cansado de morar a vida inteira numa cidade chamada LONDRES? Se for verdade, em todo caso, que se você se cansou de Londres, você se cansou da vida, então Nova Iorque parece ser um bom lugar para você começar a contatar falecidos. Mas, insistindo, se você conseguir pensar em alguém melhor para fazer isso, você vai chegar ao ponto de dizer que o R.G terminantemente não presta para o serviço? A mesma coisa com o Greg Kinnear: o sujeito é a representação corpórea do egoísmo divertido, o típico fantasma que iria trapacear todos os outros fantasmas e obter para si toda a atenção do único homem vivo que consegue ver e escutar as almas penadas. E qualquer dose de Téa Leoni sempre vai bem, de modo que o elenco não é o problema. 

O problema também não é a falta inovação suficiente no que diz respeito a filmes como Ghost e The Sixth Sense. Em Ghost Town, é verdade, mesmo os fantasmas que perambulam pela Terra antes de ascenderem aos céus com a solução de suas pendências pessoais, messmo esses são um pouco chatinhos e sem graça. Nenhum dos casos é de vendetta irascível como o daquele sujeito do Metrô que ensina o Patrick Swayze a transubstanciar. Um dos mais atormentados espectros que aparecem para o Ricky Gervais, por exemplo, nada mais é do que um pai querendo que seu filho encontre um ursinho de pelúcia supostamente perdido -- esse pai sendo ninguém menos do que o Cameron do Curtindo a Vida Adoidado. Por aí se vê. 

Se, aliás, eu dei a impressão de que existe algum grande problema com esse filme eu peço desculpas. Entre os três ou quatro assumidos sketches de humor (Ricky Gervais contra a atendente do hospital; Ricky Gervais contra a médica; e alguns com Ricky Gervais contra Ricky Gervais), a história até que funciona. O dental humor tal como apresentado até que me faz parar para pensar se eu devo continuar sendo o anti-dentite que eu sempre fui.  

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